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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Muito mais que boa sorte...Profissionalismo e carisma marcaram show de Victor e Leo em Bagé .

No dia em que anunciaram nacionalmente o título do álbum “Boa Sorte pra Você” (previsto para outubro), e horas antes de aparecer na Xuxa em entrevista gravada, os Irmãos Pimentel baixaram no pampa em concerto para milhares.
Referências aos hermanos uruguayos e ao cavalo crioulo foram alguns dos truques para ficar com a platéia na mão. Elas vieram na versão em espanhol de “Lembranças de Amor”, e em causos contados pelo irmão mais velho antes de “Cavalo Enxuto”. Mas, mesmo lançando disco novo, as “Borboletas” continuam importantes para a dupla. Foram elas que abriram e cerraram as cortinas do show. Tanto nas projeções – que variavam a cada música, quanto nos acordes. E de acordes, Victor entende. Em alguns solos chegou a lembrar Mark Knopfler. Não é nada estranho – o caldeirão da dupla inclui pop rock e soa como tal nos momentos mais jam do set. E ainda tem um flerte com a world music no formato dado à cover de “Anunciação”. No mesmo clima, cenas agrestes para “Deus e Eu no Sertão” e “Vida Boa”. Sem falar nos momentos cancioneiros e próximos à cultura campesina do evento, como a seqüência “Telefone Mudo”, “Sessenta Dias Apaixonado”. Além da abordagem da dupla para o tema já cantado antes, por exemplo, por Biquini Cavadão e Smiths: “Timidez”. Até chegar a uma das mais marcantes canções pop dos últimos anos, “Meu Eu Em Você”, as quase duas horas de show abrigaram um desfile de standards com a inserção de algumas inéditas.


Curioso que uma banda completa, inclusive com percussão extra e teclados, gire em torno do violão de Victor. Assessorado pelas cordas de Marcelo Moraes (em sua estréia no time, substituindo o Rogério), são os solos e tappings do compositor que ditam o ritmo de tudo.
Auxiliados pela interação contínua com a audiência. Enquanto o caçula se presta mais às vezes de galã, Victor equilibra com intervenções sóbrias. Traduzindo: Léo arranca urros uterinos das fêmeas ao dizer a uma dupla de escolhidas (porque dançaram bem) que elas teriam acesso ao camarim pós-show. Victor aceita receber uma composição feita para ele por uma fã, que segurava um cartaz – mas só depois que ela registrar a música.
No encerramento, o espetáculo escancara sua vocação de extrema direita ao associar-se a palavras como família, educação etc., projetadas no palco.
Mesmo com a umidade da véspera tendo criado barro sob a grama da pista, mesmo com mais de hora e meia de atraso, que já despertava vaias na platéia, o show veio com qualidade incontestável saindo dos canhões de luz, projetores de imagens e caixas de som. E sobretudo dos artistas, eficiência técnica e atitude profissional demonstrando a intenção de fazer valer o investimento.

Fonte:http://marcelofialho.wordpress.com/
Imagens:minuano
Matéria indicada por Carine Raach

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